quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Protesto sem manifestantes




O protesto contra a coincineração de resíduos industriais perigosos marcado para esta tarde na Praça da República, em Coimbra, não teve adesão e obrigou os seus promotores a discursarem para os clientes de uma esplanada de café.

À falta de manifestantes, a organização do protesto foi obrigada a improvisar e a virar o púlpito colocado num pequeno palco para uma esplanada de café, que se foi esvaziando à medida que os discursos dos cinco oradores se iam seguindo.

No final, aos jornalistas, o advogado Castanheira Barros, promotor da manifestação, justificou a falta de mobilização com a “doutorice de Coimbra”, mas recusou desistir da luta que trava há vários anos contra a coincineração de resíduos industriais perigosos nas cimenteiras de Souselas (Coimbra) e Outão (Arrábida).

“Desistir é palavra que não cabe no meu dicionário de advogado e, portanto, a nossa luta vai continuar ainda com mais empenho, e a crença de que irei ganhar esta ação que está em curso é perfeitamente inabalável”, sublinhou o causídico.

Castanheira Barros considerou “inconcebível que Coimbra não tenha vindo para a rua manifestar a sua indignação, como fez nos primeiros anos”, chegando mesmo a dizer, em tom inflamado, que as pessoas que não foram à manifestação “não valem a ponta de um corno”.

A manifestação era contra as decisões judiciais que têm permitido a queima de resíduos industriais perigosos, que o advogado Castanheira Barros considera estarem feridas de “anomalias, sempre a favor das cimenteiras e do Governo de José Sócrates”.

Organizado pelo Grupo de Cidadãos de Coimbra, o protesto contava com a participação da Quercus e da Associação Movimento de Cidadãos pela Arrábida e Estuário do Sado.


JN - Notícias em Revista - Quarta, 2011-09-28

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